Segundo Suely Caldas, no livro Obsessão e Desobsessão, o passe é um ato de amor em sua maior expressão, quando o médium doa ao paciente o que ele tem de melhor, enriquecido com os fluidos trazidos pelo benfeitor espiritual; quando ambos, médium e benfeitor formam uma única vontade e expressam o mesmo sentimento do amor.
Divaldo Franco, no livro Diretrizes de Segurança, compara o passe a uma transfusão de sangue onde a transfusão de energia age sobre o paciente como a transfusão sangüínea.
O passe aplicado nos Centros Espíritas decorre, pois da sintonia entre o médium e os Espíritos Superiores. Para que tal união se estabeleça entre os fluidos desses dois planos, não há necessidade da incorporação mediúnica, contudo o médium há que ter consciência da responsabilidade que lhe cabe no exercício do sacerdócio da mediunidade preparando-se criteriosamente para essa sintonia com o mundo maior, de vez que, “ninguém coloca água pura num copo sujo”.
Há pessoas que têm maior capacidade de absorção e armazenamento das energias que emanam do Fluido Cósmico Universal - onde estamos mergulhados. Tal requisito as coloca em condições de transmitirem esse potencial de energias a outras criaturas que eventualmente dele necessitem.
A aglutinação dessa força se faz automaticamente e também, atendendo aos apelos do passista (através da prece), o qual, municiado com esse aumento de energia, a transmite pela imposição das mãos sobre a cabeça do paciente sem a necessidade de tocar-lhe o corpo, porque a força se projeta de uma para outra aura, estabelecendo, pois, uma verdadeira ponte de ligação; assim sendo, podemos afirmar que a boa vontade, a fé e a verdadeira fraternidade, são requisitos indispensáveis ao passista. Não sendo o fator mediúnico condição essencial do passe.
Na assistência magnética, os recursos espirituais se entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada para que ela ajude a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem, no templo do corpo, edificando valiosas reconstruções. O passe, como reconhecemos, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com o respeito e a confiança que o valorizam.
O passe, em última análise, é doação de si mesmo, com a ação facilitadora da espiritualidade que conduz o perfume das bênçãos superiores. F quem se faz instrumento de perfume, assimilará por isso mesmo essa flagrância.
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