21 de setembro de 2009

Porão do Rock 2009 in review


Como era de se esperar, Brasília vive novamente o espetáculo que é o Porão do Rock. E nesta edição, a mais popular de todas, um espetáculo de rock gratuito do tamanho que a população do DF merece há muito tempo. Como nem tudo é perfeito, principalmente numa cidade que vem ganhando proporções metropolitanas a cada dia que passa, cambistas estavam fazendo a festa na rua vendendo passes para a área VIP.
Quem foi no primeiro dia teve oportunidade ímpar de ver um festival com o que há de melhor do rock brasileiro, do porte de Angra e Sepultura, além da fúria do Cachorro Grande com os caras do som.
O segundo dia esteve mais para um resumo do livro "O Diário da Turma" do Paulo Marchetti do que pra qualquer outra coisa. Os brasilienses maiores de trinta tiveram o privilégio de ter um revival de algumas das melhores bandas das décadas de 80/90 como Escola de Escândalo, Detrito Federal, Legião, Plebe, Little Quail e Raimundos.
O que mais chamou a atenção, em primeiro lugar, foi o entrosamento do Sylvio com o Geruza e o Balé no Escola de Escândalo, fazendo uma apresentação por muitos comentada melhor que o original. Pontos altos da loooonga noite (Rafael Cury e Móveis Coloniais de Acaju que o digam), tirando umas catadas medonhas o Paralamas do Sucesso fez um grande show, seguido da grande atração da noite, um tributo super bem bolado ao ícone do rock de brasília Legião Urbana. Com as participações do Philippe Seabra, Paralamas e Lôro Jones, e com a voz de Tony Platão fizeram um espetáculo de cair o queixo, demonstrando que o Dado Villa Lobos e o Bonfá estão na melhor forma.
Não pode deixar de ser comentado aqui o sucesso do Little Quail & The Mad Birds, com a performance do Bacalhau, que a cada dia que passa está mais monstro na batera. Aliás, a única banda antiga que se apresentou na formação original. Ponto pra eles que eles merecem!
Numa visão objetiva do conteúdo, foi um show cheio de saudosismo, principalmente pela falta do Fejão e do Renato Russo, que foram os artistas principais da noite, no final das contas. Outra personalidade que fez falta foi o Rodolfo dos Raimundos, apesar do Digão ter mandado muito bem nos vocais.
Já no formato, a montagem dos palcos do Pílulas ficou com o acesso meio prejudicado em relação ao palco principal. Era uma caminhada muito longa entre os dois e quem tocou no Pílulas com certeza deve ter se sentido prejudicado por isso.
No quesito som, quem foi pra área Vip (feliz de quem não saiu surdo ou com os ouvidos apitando) teve de aguentar os picos de 140 decibéis bem medidos na área frontal do palco. Se deu bem quem foi lá pro povão e ouviu o som super bem equilibrado que estava lá, ainda por cima pagando um real a menos na cerveja.
Também não pode deixar de ser dito, que na apresentação de domingo, os horários deveriam ser cumpridos à risca ou então terem sido reprogramados para evitar o fim de festa sem graça que teve o evento, às quatro e meia da madrugada, com uma audiência miserável só dos fãs de fato do Rafael Cury e dos Móveis Coloniais de Acaju, que encerrou o evento no início da chuva forte que passou o dia inteiro se armando. Segunda-feira é dia de branco e muito pouca gente tem o privilégio de poder ficar até uma hora dessas na rua. Além disso, a operação desmanche que se iniciou depois do show dos Raimundos aliada ao cansaço dos técnicos e da platéia, deixou um fim de festa bastante baixo astral. Um festival histórico como essa edição do Porão do Rock merecia terminar com foguetórios e pedidos insistentes de bis.
De qualquer maneira, apesar desses detalhes mencionados, foi a melhor edição do Porão do Rock.

Um comentário:

Tatiana Carpanezzi disse...

Noossa, perdi essa! Queria muito ter ido no sábado! bjs para vcs!